quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Simples e belas

As coisas simples podem ser belas. Depende apenas do nosso olhar. A beleza das coisas está naquilo que as tornam diferentes. Por isso,  resolvi postar essas imagens que mostram a beleza do espaço verde que existe no zoológico de BH. A vegetação é praticamente a nativa do lugar e as flores são as encontradas nos jardins das moradas mais humildes. Veja o cravo de defunto, tão desprezado pelo seu cheitro forte que lembra velório. Como ficou bonito no canteiro bem cuidado! Gosto também da limpeza do lugar. e de ver que mesmo sendo um local para manter os animais dentro de jaulas, existem aqueles que a natureza permite andar livremente pelos galhos das árvores, e... até pousar para uma foto!!



cravo de defunto


criatório de peixes



flor de perpétua

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Arraial do Curral Del Rey


Largo da igreja matriz de N. S. da Boa Viagem
Hoje quis registrar aqui um pouco da história do lugar que deu origem a minha cidade natal, Belo Horizonte. Tudo começou quando alguns bandeirantes em busca do ouro fixaram moradia nessa região, sendo que  Fernão Dias Ortiz teria erguido uma fazenda com um curral que deu nome ao arraial. isso foi no início do século XVIII e as terras estavam subordinadas a Comarca de Sabará ,
Economicamente a região prosperou com a criação de gado e o cultivo agricola para o abastecimento das vilas onde se explorava o ouro, não chegando a crescer muito e entrando no ano de 1823 com uma população em torno de 1300 pessoas, umas poucas ruas, uma capela de taipa em honra a N. S.do Rosário e uma igreja matriz em devoção a  S. da Boa Viagem por onde passavam em busca de bençãos os vários viajantes que tinham no caminho o Arraial do Curral Del Rey. A maior festividade do lugar era  a festa da padroeira, comemorada com barraquinhas, leilões, procissões e rezas que duravam dias. Atualmente   essa festa ainda é realizada, porém com muitas modificações tornou-se simplória.
A partir de 1893 o lugar foi escolhido para a construção da nova sede da capital de Minas Gerais, que naquele tempo era a cidade de Ouro Preto. Desde então, o arraial foi transformado numa cidade planejada e passou a chamar-se Belo Horizonte. Mas essa é uma outra história! 


Rua do Rosário


Rua do Capão

P.s: As fotos aqui postadas foram retiradas do site do Arquivo Público da Prefeitura de Belo Horizonte
http://www.pbh.gov.br/

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Biribiri, uma vila que resistiu ao tempo

No século XIX um empreendedor levou para aquele vale distante há 12 km do centro da cidade de Diamantina, homens, máquinas e muita força de trabalho. Assim nasceu a Vila de Biribiri, em torno de uma fábrica de tecidos que chegou a empregar 1500 funcionários em sua fase auge.
Devido a distancia e as dificuldades de transporte nos primeiros tempos, optou-se pela construção de casas para abrigar famílias de operários e administradores. Como a maioria dos trabalhadores eram moças, ergeu-se também um enorme pensionato com vigia e tudo. Visando o conforto dos moradores, uma igreja para as práticas religiosas, bar e armazém. Tudo muito bem organizado num pequeno espaço em torno de um largo cheio de mimosas casinhas hoje pintadas de branco com janelas e portas azuis. Vazias! Porque Biribiri começou a ser abandonada em 1973 quando houve o fechamento da fábrica de tecidos.
Atualmente, apenas uma família reside no lugar para administrar os imóveis que podem ser alugados para temporadas.
Ao redor da vila corre um riacho com queda d'água que fornece energia elétrica para o lugar.
Para se chegar a Biribiri, há de se percorrer uma estradinha de terra em bom estado de conservação. Ao longo do caminho tem-se a companhia de um riacho de águas cristalinas e algumas cachoeiras. É muito bonito de se ver  também as formações rochosas e as plantas exóticas do cerrado.

Igrejinha de Biribiri

Altar-mor da igrejinha de biribiri. 

Riacho que banha a vila.


Maquinário nos galpões desativados. Observe o detalhe: um resto de fibra de algodão que não chegou a virar tecido.

Galpões da fãbrica.

Casas antes habitadas pelos operários.

Largo da vila.

domingo, 26 de setembro de 2010

Cafezinho com pão de queijo ... huuuuuum!!!


Uma das coisas boas de se fazer num domingo a tarde aqui em Minas, é visitar amigos e parentes para colocar a conversa em dia. Visitar ou receber visitas. Não importa onde seja o encontro, se foi marcado ou de improviso. O valor está no fato de podermos desfrutar da companhia de pessoas queridas e aí, vale até um carinho para o estomãgo!
Cafezinho com pão de queijo, cafezin com biscoito, café com broa ... Vale qualquer coisa, porque em regra geral a  hospitalidade mineira requer uma mesa farta, com sabores variados, para agradar a todos que em torno dela se assentarem.
O tradicional pão de queijo, não pode faltar. E vem sempre acompanhado de um bom cafezinho!
É uma das receitas de maior sucesso por aqui, que já se espalhou até pelo exterior. Mas, o bom mineiro sabe que o preparo numa cozinha da terrinha, tem lá os seus segredos, que deixa a desejar em outros lugares e na culinária industrial.
Não há uma data ou lugar exato onde essa iguaria teria sido criada, mas sabe-se que no século XIX devido a carestia da farinha de trigo e a péssima qualidade daquela que aqui chagava para a fabricação dos pães, as cozinheiras começaram a substituir a farinha pelo polvilho ou fubá e pode ter sido esse o momento da criação da receita original. O certo é que, a partir dos anos 50-60 do século XX, o pão de queijo tornou-se popular nos centros urbanos. Provalvemente acompanhou as famílias que participaram do enorme êxodo rural naquela época.
Existem várias receitas de pão de queijo, por isso não carece de postar uma aqui. Digo apenas que o principal ingrediente não é o queijo e muito menos o polvilho. É o amor que está no coração das mãos que o amassam!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

MANUELZÃO

Foto tirada da revista do Projeto Manuelzão.
Manuel Lunardi, mais conhecido como Manuelzão, personagem imortalizado nas obras de Guimarães Rosa, grande escritor mineiro que relatou minuciosamente o nosso sertão, merece nesse blog que tanta se preocupa em divulgar mineirisses, ser o destaque na postagem de hoje.
Homem simples e  pobre,  passou sua quase centenária existência cavalgando atrás de boiadas e tropas pelos sertões de Minas e Bahia. E é essa dádiva de vida que rendeu-lhe uma enorme convivência com a natureza e em especial nas terras banhadas pelo Rio São Francisco e o Rio das Velhas, onde pode visualizar a degradação lenta das águas e do meio ambiente em si, com a chegada do progresso.
Manuelzão conheceu Guimarães Rosa, viajaram juntos algumas vezes e entre uma viagem e outra nas horas do bate-papo, foi sendo imortalizado na memória do escritor, que depois passou a registrá-la no papel.
Faleceu em 1997, quando o chamado Projeto Manuelzão, que visa a recuperação da bacia do Rio das Velhas, completou dez anos. O projeto que leva seu nome ainda está em pleno andamento e vem conseguindo grandes progressos.
Temos que reconhecer a contribuição desse simples cidadão mineiro para a melhoria do meio ambiente em nosso estado. Ao relatar suas lembranças do tempo em que a natureza ainda estava preservada, ele despertou o interesse das pessoas comuns e principalmente de orgãos públicos e entidades cientificas para com a degradação insustentável do Rio das Velhas.
As promissoras águas claras e repletas de peixes de várias espécies foram registradas no século XIX pelos viajantes europeus que por aqui passaram. Por exemplo, Richard Burton, um inglês que atribuiu ao rio ser uma futura  fonte de riqueza para Minas Gerais. riqueza essa que segundo ele, viria da pesca e da navegação. Em seu livro, Viagem de canoa de Sabará ao Oceano Atlãntico, ele relata que no trajeto entre Sabará e Barra do Guacuí, o rio era tão piscoso que os peixes pulavam dentro da embarcação.
Nos anos 80 do século XX, a situação ficou horrível em termos de poluição das águas, mas com o projeto, as coisas estão melhorando e aos poucos os peixes estão voltando, mas ainda há muito o que se fazer, pois muitas cidades despejam seus esgotos no leito do rio, além dos resíduos industriais. Lembrando que são cinquenta e um municípios ...
Para saber mais sobre o projeto acesse: http://www.manuelzao.ufmg.br/

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A primavera voltou!


Sua chegada é motivo de alegria. Com ela vem as flores, o canto dos pássaros, das cigarras,



 as borboletas colorindo os jardins e o verde dos brotos.


Ela passa nove meses fora de casa e depois volta para matar nossa saudade. Três meses depois vai embora ...



Sua rotina é essa e começou há muito tempo atrás. Faz tanto tempo que ela age assim, que nem nos preocupamos em saber quando ela apareceu.



Se alguém está aniversariando, dizemos que está completando mais uma primavera, porque há a certeza de que todos se encontram com ela uma vez por ano. A não ser ... quem acompanha os seus passos, de um hemisfério ao outro.



É a mais feminina das estações. Por isso, as mulheres se vestem de cores e flores para com festejar.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Na terra de Luzia


Minas Gerais abriga um dos mais importantes sítios arqueológicos da América. A região de Lagoa Santa e minicipios vizinhos , distantes entre 50  a 100 km da capital mineira, possui um enorme acervo de grutas onde desde o século XIX são foram inúmeros fósseis de seres humanos e animais pré-históricos,além de artefatos.
O cientista dinamarquês Peter Lund,  viveu na região durante boa parte do século XIX e iniciou o trabalho de escavações que hoje é coordenado pela Universidade Federal. Lund descobriu vários fósseis, dentre eles o de uma preguiça gigante, cuja réplica se encontra em exposição no anexo da Gruta da Lapinha.


Faz parte do acervo paleontológico situado na região da Lapinha o Museu arqueológico da Lapinha, com exposição permanente de fósseis  humanos de idade entre 10 e 12 mil anos, artefatos construídos por esses homens e fósseis animais com idades variadas.


Nessa região foi encontrado nos anos 70 do século XX, um crânio feminino com idade de 12 mil anos. Batizado pelos cientistas com o nome de Luzia, ele foi reconstituído por um sistema computadorizado na Inglaterra, e concluiu-se que essa mulher que habitou a região há 12 mil anos era negróide.



Machadinhas pré-históricas.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Festa do Bom Jesus, cidade de Matozinhos-MG, 2010.

Santuário do Bom Jesus
Ainda no século XVIII, um grupo de bandeirantes liderados por Dom Rodrigo Castelo Branco, chegou ao local onde hoje temos a cidade de Matozinhos, distante 47 km de Belo Horizonte. Ali teriam construído um arraial, como tantos outros erguidos por bandeirantes naquele tempo. Como não encontraram riquezas minerais, dali partiram e tempos depois nos escombros das construções que serviram-lhes de morada, foi encontrada uma imagem do Senhor Bom Jesus de Matozinhos, bastante venerado em Portugal.
Foi construído no local onde a imagem teria sido encontrada, uma igrejinha barroca,  a mando de Inácio Pires de Miranda, em 1774, tendo sido demolida em 1920 para dar lugar a um santuário no estilo renascentista italiano.
Altar-mor do Bom Jesus (ritual: passar aos pés da imagem e beijar a fita).

A imagem que deu nome ao lugar, atrai muitos peregrinos na primeira quinzena de setembro, quando realiza-se o jubileu que tem atualmente como ponto auge uma procissão motorizada, com temas bíblicos encenados nas carrocerias dos caminhões, fanfarras, fogos e os devotos a assistirem sem poder acompanhar o cortejo antes da passagem do último caminhão, que trás a imagem do Bom Jesus.

Procissão:  comissão de frente .

Multiplicação dos peixes.

Domingo de Ramos.

A última ceia.

Esses derão um show de disciplina e afinação!

Crucificação.


Imagem do Senhor Bom Jesus.


 O lado profano da festa ...

 
Milhares de pessoas se dedicam a vender e comprar objetos religiosos e principalmente profanos. Muitos sequer passam pela porta de igreja. Fé e dinheiro dividem o mesmo espaço ...


Observem que a grade que cerca o santuário  é usada como suporte para exposição de mercadorias a venda. 


Enquanto isso na cidade vizinha ...




Na pequena Capim Branco, a menos de 10 km do local do jubileu, muitos romeiros aproveitam um comércio menos tumultuado, principalmente para a compra de "alho", produto típico do lugar.
Nesse dia a pequena igreja de N.S. da Conceição é cercada por barracas e bares com muita cerveja e pagode. É o point dos mais jovens e dos que preferem 100% o lado profano da festa!







segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Aquário de BH é uma homenagem ao Velho Chico

A Prefeitura de Belo Horizonte inaugurou em 2009, o maior aquário com peixes de água doce do Brasil.
Trata-se de uma réplica do rio São Francisco, que nasce na Serra da Canastra e deságua no Oceano Atlântico, no litoral de Sergipe. O chamado rio da integração nacional.


Finalmente uma obra pública que trás um pouco de lazer, conhecimento e senso de preservação  para as crianças e adultos!